Informação, género e saúde em Moçambique
Acesso à informação sobre Saúde em Moçambique:um olhar sobre a inclusão e exclusão de género
Approach
Questions and comments to the author/s

October 20, 2024 at 4:32 pm
Prezada Febe, muito obrigada porque a sua apresentação que além de ser extremadamente clara é relevante pelo feito de dar visibilidade os diferentes fatores que influenciam o acesso as duas plataformas: o gênero, a idade e a língua são ferramentas de análise fundamental. Tenho três perguntas para você: você teve a possibilidade de apresentar os seus resultados ao ministério de saúde do Moçambique? A sua pesquisa pode ser central para melhorar o sistema de informação de todo o país. Além disso, você tem dados sobre as pessoas dessas duas plataformas que trabalham para dar todas as informações sobre a âmbito de saúde? Tem a porcentagem de homens e mulheres que trabalham respondendo as ligações ou consultas? Para terminar, você falou da divisão que o ministério de saúde faz com relação ao gênero das pessoas: a inclusão de um terceiro grupo foi um processo inclusivo que envolveu também os coletivos LGTBQIA+?
Muito obrigada e parabéns pelo seu trabalho de pesquisa tão relevante.
Please Log In to comment.

November 12, 2024 at 8:30 pm
Ola Giulia,
Obrigada pela felicitação e questões colocadas. Eu ainda não tive essa oportunidade de apresentar estes resultados ao Ministério da Saúde, mas tenho interesse em fazê-lo a partir da Unidade de Género desta instituição. Neste momento não posso precisar o número exacto de técnicos envolvidos nas duas plataformas, Mas sei que no AlôVida são 14 técnicos e são todos homens. Em relação ao terceiro grupo não é em termos de género, e sim uma classificação que foi feita em termos de atendimento clínico. De tal forma que, este grupo é designado população-chave e inclui os seguintes grupos: Mulheres trabalhadoras de Sexo/ Adolescentes Exploradas Sexualmente (MTS/AES), Homens que fazem sexo com homens (HSH), Pessoas que Injectam Drogas (PID) e nesta temos duas subcategorias, PID homem e PID mulher estabelecida com base na identidade de género e por fim Transgénero (TG). Como pode observar a grande preocupação penso da instituição não foi necessariamente a inclusão dos coletivos LGTBQIA+, e sim uma série de doenças e serviços similares que se podem oferecer a estes diferentes grupos da população que no seu todo incluem diferentes géneros. Mais uma vez muito obrigada pela sua intervenção.

October 29, 2024 at 9:52 am
Olá Febe, parabéns pela sua apresentação! É muito interessante e clara. Tenho algumas reflexões/perguntas que gostaria de compartilhar com você:
1. Qual é o acesso da população moçambicana ao telefone móvel? Acho muito interessante as plataformas de acesso à informação, mas, como você mencionou, entendo que nem todas as pessoas têm acesso a um dispositivo móvel. O que acontece nesses casos?
2. Existe alguma ação do governo para promover o acesso à internet e a dispositivos móveis, a fim de reduzir a brecha digital de gênero e de localização?
3. Em quais idiomas está disponível a plataforma? Ela leva em consideração a diversidade linguística existente em Moçambique? Que ações você acredita que poderiam ser realizadas para romper a barreira linguística?
Muito obrigada e parabéns pelo imenso trabalho, que espero que gere um impacto positivo nas iniciativas para que mais pessoas tenham acesso à informação.
Cumprimentos
Please Log In to comment.

November 12, 2024 at 9:26 pm
Olá Estefania,
O meu muito obrigada pela felicitação e aproveito para agradecer todo apoio dado em todo este processo, o que tornou a minha participação uma experiência valorosa e de aprendizado muito grande. Em relação as questões colocadas, importa referir que os dados estatísticos de 2023 indicam que um homem em cada três (33%) tinha pelo menos um telefone celular, contra pouco menos de uma mulher entre quatro (23,9%). A diferença foi mais marcada nas áreas rurais (24,9% homens contra 15,3% mulheres)… os dados mostram grandes diferenças entre províncias, com as zonas rurais das províncias do norte e do centro apresentando as maiores diferenças entre homens e mulheres na posse de um telefone celular.” (INE, 2023, p.67). 1. Nos casos das pessoas que não têm acesso a um dispositivo móvel, o Sector de Saúde tem memorandos com as rádios comunitárias que têm espaços específicos para falar sobre saúde, fornecendo informações importantes à população de acordo com as preocupações sanitárias nacionais e contextuais. Também são feitas campanhas de disseminação de informação com técnicos de saúde usando carros equipados com som e que circulam nas comunidades. Outra forma que faz parte da prestação de serviços são as palestras matinais em todas Unidades de Saúde onde, independentemente de a pessoa ter ou não celular, antes do início do atendimento público, são feitas palestras com todos utentes que se deslocam para as Unidades Sanitárias e são passadas mensagens sobre saúde, Estas palestras são diárias. Quanto ao acesso à internet, a acção do governo ainda é inexpressiva principalmente nas zonas rurais, porque por exemplo o projecto do governo de instalar praças digitais centra-se nas capitais provinciais, onde há mais pessoas com possibilidade de pagar pelos serviços de internet oferecidos pelas operadoras de telefonia móvel, comparado com as pessoas residentes das zonas rurais. E, importa referir que a internet em Moçambique é considerada como uma das mais caras de África. E, se considerarmos que a maioria da população moçambicana é constituída por mulheres (aproximadamente 52%) dos 33 milhões e desta 65% é rural, claramente percebemos que as acções para reduzir esta brecha ainda não são expressivos. Felizmente as duas plataformas AlôVida e Pensa têm em conta a diversidade linguística, pois para além do Português (língua oficial do país) faze o uso das línguas locais o que promove a inclusão e igualdade social em termos de acesso à informação sobre saúde com base na variante língua.
Mais uma vez, muito obrigada pela sua intervenção nesta comunicação.
Please Log In to comment.
Please Log In to comment.